"VAI TER QUE SER NÓS POR NÓS MESMOS"
(José Teodoro Costa)
Vou fazer uma pergunta que fará de mim um cricri (sujeito chato e repetitivo...).
Que sugestões práticas os companheiros e companheiras dariam, para agirmos e encaminharmos de forma efetiva esse "... vai ter que ser nós por nós mesmos"?...
Minha pergunta vem do fato de há cerca de hum (01) ano eu estar tentando, na página "Invisibilidade Negra", propor ideias para se discutir e fazer propostas para discussões sem conseguir fazer deslanchar os interesses em se discutir estas ideias e propostas.
Por outro lado, aqui nesta página ou em outras também a maioria daqueles que aderem a essas páginas dos grupos sequer propõem ideias e/ou fazem propostas alternativas concretas e capazes de estimularem adesões para serem discutidas. Pois, neste caso, eu, de bom grado abriria mão das minhas ideias e propostas, para apoiar essas ideias e propostas alternativas que estivessem cativando pelo menos alguns adeptos e que, pelo menos de forma indireta, no entender deles em conjunto, tivessem potenciais para superar os problemas que pretas e pretos brasileiros ainda têm, mas que ainda estão carentes de encaminhamentos de soluções sustentáveis ao longo do tempo.
Eu estou convicto que de fato nós pretas e pretos temos que agirmos na base do "nós por nós...", mas será que de fato acreditamos em nossas capacidades de sermos "nós por nós"?.
Todos nós, uns mais, outros menos, e outros observando para aprenderem, temos alguma capacidade de contribuir com ideias e propostas para discussões de assuntos que nos interessa dentro das propostas feitas por essa página ou em outras páginas. Mas, por enquanto, após cerca de hum (01) ano continuo "falando sozinho" e POUCOS oferecem alternativas em termos de ideias e propostas para serem discutidas ou comentam alguma postagem feita.
Eu continuo insistindo, porque estou convicto de que o caminho para nós pretas e pretos iniciarmos o encaminhamento de ações que favoreçam à Comunidade Preta Brasileira é ler, formar opinião, exercitar a prática de redigir aqui neste espaço virtual ou nos seus respectivos espaços pessoais ou grupais, expor ideias, fazer propostas, discutir sempre respeitando quem pensa diferente, tirar conclusões e, aí sim, TER A POSSIBILIDADE DE VER SURGIREM AS ALTERNATIVAS DE ESCOLHAS DE CAMINHOS PARA SEGUIRMOS, SUBMETIDOS NECESSARIAMENTE ÀS ADAPTAÇÕES REQUERIDAS PELAS NECESSIDADES DOS LOCAIS ONDE SE QUER ESTABELECER UM PROJETO SOCIAL E/OU POLÍTICO.
Finalmente considero muito importante que todos nós que desejamos contribuir sinceramente para construirmos melhorias sociais e políticas para nós(... sermos de fato nós por nós...) precisamos urgentemente de aprendermos a valorizar a discussão de ideias e propostas, assim como possíveis iniciativas capazes de trazerem melhorias para o maior número possível de pretas e pretos ao mesmo tempo.
Defendo a opinião de que esse negócio de ficarmos excessivamente apegados aos nossos próprios interesses sem outras considerações extras pessoais, apegados, de "olhos fechados", aos interesses "do nosso grupo"(... social ou político...) também sem outras considerações extras entre componentes de um mesmo grupo ou entre grupos e de termos receios de expormos ideias e propostas para discussões, tem nos transformado em vítimas de uma democracia que jamais ajudamos construir.
Agora, com limitações, temos chances de irmos ao longo do tempo, participando como cidadãos de fato, devagar, irmos estruturando a democracia que desejamos. ANTES, PORÉM, TEMOS QUE CONSTRUIR AS CONDIÇÕES DE PARTICIPARMOS CONJUNTAMENTE DIZENDO CLARAMENTE O QUE DESEJAMOS, COMO DESEJAMOS E PARA QUE DESEJAMOS.
Nós pretas e pretos, há décadas, andamos em círculos (separados para homens e mulheres...). Não se nega que homens e mulheres têm muitas necessidades específicas para cada gênero. Mas também não se nega que homens e mulheres têm algumas necessidades fundamentais comuns a ambos os gêneros. Os segredos de se ver surgirem acordos mais amplos é justamente não se perder as chances que aparecem para homens e mulheres negros priorizarem algumas necessidades fundamentais comuns a ambos os gêneros.
Seria interessante que homens e mulheres apresentassem seus respectivos argumentos, para ambos os gêneros não construírem unidade social e política comum em torno DESSAS ALGUMAS NECESSIDADES FUNDAMENTAIS COMUNS A AMBOS OS GÊNEROS NO LUGAR DE PREFERIREM SE BATEREM PELAS SUAS RESPECTIVAS DEFESAS DAS MUITAS NECESSIDADES ESPECÍFICAS PARA CADA GÊNERO... É difícil concluir qual é o tempo-base mínimo para construir a unidade social e política que daria uma força descomunal a homens e mulheres negros UNIDOS POR INTERESSES COMUNS NO CURTO PRAZO(... cinco a dez anos com homens e mulheres agindo com senso prático...).
Mulheres e homens não precisam de se sentirem anulados como pessoas que abrem mãos dos seus interesses de gêneros. Após construírem união de gêneros baseados em interesses comuns, FICARIA MUITO MAIS FÁCIL PERCEBEREM QUE SEUS RESPECTIVOS INTERESSES CONFLITANTES PODEM SER PERFEITAMENTE NEGOCIADOS, E, ASSIM DESCOBRIRIAM QUE PODEM "CONVERSAR", PARA RESOLVEREM SEUS CONFLITOS EM TORNO DAS NECESSIDADE DIFERENTES PARA GÊNEROS SEM NENHUM PREJUÍZO PARA A UNIÃO ENTRE HOMENS E MULHERES EM TORNO DOS INTERESSES COMUNS A AMBOS...
Nessa defesa acirrada dos respectivos interesses de homens e de mulheres que se assiste atualmente, ainda que de forma inconsciente mas coletiva para cada gênero, nós pretas e pretos estamos praticando muitos dos mesmos erros que SEMPRE APONTAMOS NOS RACISTAS E SEUS ADMIRADORES MAS NÃO CONSEGUIMOS ENXERGÁ-LOS EM NÓS MESMOS... Nossos inimigos sociais e políticos historicamente (... Estou falando de Conservadores e de Esquerdistas...), já riram, ainda riem e continuarão rindo muito da nossa falta de senso prático, para nos organizarmos social e politicamente...
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
domingo, 15 de novembro de 2015
Pretas e Pretos, Somos Nós por Nós
NÓS NEGROS É QUE ESTAMOS CERTOS?
Por José Teodoro Costa
Por que nós pretas e pretos insistimos em ver nossos problemas resolvidos sem antes construirmos um discursos somente nosso e próprio para isso? Nenhum acontecimento que gerou grandes mudanças nas organizações de quaisquer sociedades conhecidas, seja ele de caráter social, cultural, econômico e político, surgiu antes que já houvesse ao menos uma síntese de suas ideias, conforme podemos observar a seguir.
O Judaísmo surgiu há cerca de 2000 anos antes de Cristo e se desenvolveu a partir da Bíblia dos hebreus, que inclui o Torá.
O Cristianismo se expandiu a partir dos 4 evangelhos que compõem a Bíblia, escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João.
O Profeta Maomé lançou as bases da doutrina muçulmana deixando escrito o livro Corão.
Adam Smith, em seu livro “A Riqueza das nações”, lançou as bases sobre as quais o Capitalismo foi se desenvolvendo.
Entre outros movimentos e ideias importantes, as ideias comuno-socialistas foram se desenvolvendo a partir do pensamento filosófico de Karl Marx, para a criação do comunismo cientifico e da teoria e pratica da moderna luta revolucionária de classes do proletariado mundial.
Será que o Judaísmo, o Cristianismo, o Corão, Adam Smith e Karl Max foram “carros que puxaram os bois” e nós negros é que estamos certos em sugerir a existência de futuras organizações com lideranças sem, antes, criar ideias, ter propostas unificadoras criadas a partir de discussões baseadas em necessidades coletivas, conclusões tiradas e alternativas de ações compreendidas e aceitas pela Comunidade Preta brasileira?
Conclui-se que todos os importantes movimentos social, cultural, econômico e político, surgiram depois de serem inspirados em ideias sistematizadas antes deles.
Se até agora as práticas vivenciadas na história da formação cultural brasileira já demonstraram que todas as ideias estranhas às necessidades de soluções para os problemas da Comunidade Negra brasileira não funcionam para reunir seus integrantes, alguém poderia explicar qual é a lógica em se tentar organizar pretas e pretos no Brasil sem, de forma autônoma, sugerir ideias, fazer propostas, discutir essas ideias e propostas e tirar conclusões capazes de permitirem escolhas de caminhos por onde poderemos atingir objetivos fundamentais baseados em necessidades coletivas, para encaminhar soluções que nos incluam verdadeiramente como cidadãos brasileiros?
Por José Teodoro Costa
Por que nós pretas e pretos insistimos em ver nossos problemas resolvidos sem antes construirmos um discursos somente nosso e próprio para isso? Nenhum acontecimento que gerou grandes mudanças nas organizações de quaisquer sociedades conhecidas, seja ele de caráter social, cultural, econômico e político, surgiu antes que já houvesse ao menos uma síntese de suas ideias, conforme podemos observar a seguir.
O Judaísmo surgiu há cerca de 2000 anos antes de Cristo e se desenvolveu a partir da Bíblia dos hebreus, que inclui o Torá.
O Cristianismo se expandiu a partir dos 4 evangelhos que compõem a Bíblia, escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João.
O Profeta Maomé lançou as bases da doutrina muçulmana deixando escrito o livro Corão.
Adam Smith, em seu livro “A Riqueza das nações”, lançou as bases sobre as quais o Capitalismo foi se desenvolvendo.
Entre outros movimentos e ideias importantes, as ideias comuno-socialistas foram se desenvolvendo a partir do pensamento filosófico de Karl Marx, para a criação do comunismo cientifico e da teoria e pratica da moderna luta revolucionária de classes do proletariado mundial.
Será que o Judaísmo, o Cristianismo, o Corão, Adam Smith e Karl Max foram “carros que puxaram os bois” e nós negros é que estamos certos em sugerir a existência de futuras organizações com lideranças sem, antes, criar ideias, ter propostas unificadoras criadas a partir de discussões baseadas em necessidades coletivas, conclusões tiradas e alternativas de ações compreendidas e aceitas pela Comunidade Preta brasileira?
Conclui-se que todos os importantes movimentos social, cultural, econômico e político, surgiram depois de serem inspirados em ideias sistematizadas antes deles.
Se até agora as práticas vivenciadas na história da formação cultural brasileira já demonstraram que todas as ideias estranhas às necessidades de soluções para os problemas da Comunidade Negra brasileira não funcionam para reunir seus integrantes, alguém poderia explicar qual é a lógica em se tentar organizar pretas e pretos no Brasil sem, de forma autônoma, sugerir ideias, fazer propostas, discutir essas ideias e propostas e tirar conclusões capazes de permitirem escolhas de caminhos por onde poderemos atingir objetivos fundamentais baseados em necessidades coletivas, para encaminhar soluções que nos incluam verdadeiramente como cidadãos brasileiros?
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
TUDO QUE COMEÇA COM ‘C’ VICIA, MENOS CULTURA
TUDO QUE VICIA COMEÇA COM C
Por
Fernando Veríssimo
"Tudo que vicia começa com C. Por alguma razão
que ainda desconheço, minha mente foi tomada por uma ideia um tanto
sinistra: vícios. Refleti sobre todos os vícios que corrompem a humanidade.
Pensei, pensei e, de repente, um insight: tudo que vicia começa com a letra C!
De drogas leves a pesadas, bebidas, comidas ou diversões, percebi que todo
vício curiosamente iniciava com cê. Inicialmente, lembrei do cigarro que causa
mais dependência que muita droga pesada. Cigarro vicia e começa com a letra c.
Depois, lembrei das drogas pesadas: cocaína, crack e maconha. Vale lembrar que
maconha é apenas o apelido da Cannabis
sativa que também começa com cê. Entre as bebidas super populares há a
cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café
mas não deixam de tomar seu chimarrão que também - adivinha - começa com a
letra c. Refletindo sobre este padrão, cheguei à resposta da questão que por
anos atormentou minha vida: por que a Coca-Cola vicia e a Pepsi não? Tendo
fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para
este fenômeno. Naquele dia, meu insight finalmente revelara a resposta. É que a
Coca tem dois cês no nome enquanto a Pepsi não tem nenhum. Impressionante,
hein? E o computador e o chocolate? Estes dispensam comentários. Os vícios
alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados
com sal e açúcar. Sal é cloreto de sódio. E o açúcar que vicia é aquele
extraído da cana. Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei
a popularização de uma droga musical chamada "créeeeeeu". Ficou todo
o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade...
cinco. Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a
letra C. Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade
porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o
homem da mulher. O que vicia é o "ato sexual", e este é denominado
coito. Pois é. Coincidências ou não, tudo que vicia começa com cê. Mas atenção:
nem tudo que começa com cê vicia. “Se fosse assim, estaríamos salvos, pois a
humanidade seria viciada em Cultura...”
domingo, 23 de agosto de 2015
Racismo Institucional em Discussão
CONVITE PARA DISCUSSÕES SOBRE O RACISMO INSTITUCIONAL NO GRUPO "INVISIBILIDADE NEGRA.
Desde quando surgiu este blog em 2012, até o presente momento, temos cerca de 2.000 acessos de interessados sobre o tema. Aquelas pessoas que porventura desejarem discutir mais profundamente esse tema em particular estão convidadas a discutirem o tema em minha página do Facebook, se não importarem que essa discussão seja feita publicamente na rede. Se preferirem discutir o tema de forma reservada, podemos discutir esse mesmo assunto na página do do Grupo, junto com outros 43(quarenta e três) interessados em discutir assuntos direta ou indiretamente ligados ao combate do Racismo Institucional. Você poderá manifestar sua disposição solicitando sua adição na página https://www.facebook.com/jateque.teodorocosta?fref=nf
Desde quando surgiu este blog em 2012, até o presente momento, temos cerca de 2.000 acessos de interessados sobre o tema. Aquelas pessoas que porventura desejarem discutir mais profundamente esse tema em particular estão convidadas a discutirem o tema em minha página do Facebook, se não importarem que essa discussão seja feita publicamente na rede. Se preferirem discutir o tema de forma reservada, podemos discutir esse mesmo assunto na página do do Grupo, junto com outros 43(quarenta e três) interessados em discutir assuntos direta ou indiretamente ligados ao combate do Racismo Institucional. Você poderá manifestar sua disposição solicitando sua adição na página https://www.facebook.com/jateque.teodorocosta?fref=nf
domingo, 21 de junho de 2015
Argumentos contra racismo Nº 01
Saiba
Responder aos Argumentos Racistas Contra Negros
Lendo uns textos sobre a questão do negro no Brasil,
acabei caindo na besteira de ler os comentários feitos pelos leitores. A raiva
tomou conta de mim (rs) e para não ficar debatendo com gente besta no meu dia,
resolvi escrever no word para liberar meus sentimentos de revolta. É informal,
ficou gigante, ninguém vai ler, mas fica minha contribuição enquanto mulher
negra inconformada neste dia 20.
“A questão é social, e não racial.”
Não, a questão é social e racial, pois após o fim da
escravidão não houve nenhuma política trabalhista e educacional que incluísse
os negros. Ao contrário, estimularam a vinda de imigrantes europeus para Brasil
numa tentativa de embranquecer a população, afinal, um país com tantos negros
jamais iria prosperar. Muitos ex-escravos continuaram trabalhando em troca de
teto e comida por absoluta falta de opção. Posteriormente, foram desalojados
dos cortiços nas áreas centrais, e empurrados para o alto dos morros e regiões
não estratégicas economicamente, o que hoje chamaríamos de subúrbio ou áreas
pobres. Portanto, é uma questão racial sim, pois fizeram isto com um grupo
específico, com uma cor específica. Ou você acha que a maioria dos pobres e
moradores de favela é negra por uma fatalidade?
“Sou contra as cotas raciais, pois não é justo. Para
entrar, tem que ter mérito.”
Imagine que dois grupos farão uma corrida para ver quem
chega primeiro. Sendo que o grupo 1 sairá alguns minutos a frente do grupo 2.
Se a pessoa que ganhar for do grupo 1, haverá mérito? Não, ela foi favorecida.
Ao longo da história, os brancos são o grupo 1 e os negros são o grupo 2. As
cotas tentam minimizar esta diferença histórica, dando ao grupo 2 a mesma chance de vitória que
o 1, considerando que eles estão começando em desvantagem. Assim ,
o primeiro colocado do grupo 2 na corrida, mesmo chegando depois de vários
membros do grupo 1 também será considerado vencedor, pois obteve êxito dentro
das condições objetivas que estavam postas.
“Meu primo é pobre, negro e se formou em Medicina. Quem se
esforça, consegue, não precisa de cota!”
Parabéns pra ele! Voltando ao exemplo da corrida: é
possível que alguém do grupo 2, mesmo iniciando a corrida minutos depois, passe
a frente de alguém do grupo 1? É. Agora, parece mais justo exigir que todos do
grupo 2 façam um esforço muito maior para alcançar o grupo que saiu primeiro,
ou não seria melhor, dar possibilidades semelhantes aos dois grupos
considerando o ponto de partida?
“A cota compromete a qualidade dos alunos da
Universidade.”
Pesquisas já provaram que os alunos cotistas conseguem
recuperar a defasagem da trajetória educacional, alguns têm um desenvolvimento
até superior aos não cotistas. Além disto, o fato de existir cotas não quer
dizer que semianalfabetos entrarão, continuará havendo uma nota de corte mínima
para possibilidade de ingresso, assim como sempre existiu, a diferença é que
será considerado o ponto de partida diferente.
“Sou contra as cotas raciais, pois vai gerar
discriminação.”
Curioso que você só perceba o preconceito diante de uma
ação afirmativa. Ir para seu curso em uma faculdade pública e só ver pessoas
brancas não te remete à discriminação, mas quando uma política se propõe a
colorir a Universidade, você fica preocupado com os negros cotistas que serão
discriminados. Não se preocupe, vamos sobreviver.
“Sou a favor das cotas sociais e não raciais.”
As cotas raciais estão vinculadas ao estudo dos últimos
três anos em colégio público e a renda também. O filho do Lázaro Ramos e da
Taís Araújo não vai concorrer. É importante demarcar que a cota é também
racial, pois a questão de classe é perpassada pela cor da pele, negar isto, é
negar a história.
“E o branco pobre, quem irá defendê-lo?”
As cotas incluem três cortes: estudante de escola
pública, negro/indígena e deficiente, e todos pressupõem análise
socioeconômica, portanto, o branco pobre estará contemplado no primeiro corte.
“Sou a favor do investimento no ensino de base, não das
cotas.”
As pessoas falam isto como se ser a favor de cotas
significasse não pensar em investimentos no ensino fundamental e médio. Uma
coisa não exclui a outra. Mas enquanto esse investimento não vem, fazcomo?
“Esse negócio de escravidão tem tanto tempo, superem o
passado.”
Não superaremos, até porque ainda sofremos os impactos
deste passado nos dias atuais.
“Já foi provado que só existe uma raça. A raça humana!”
Ninguém discorda deste fato, do ponto de vista
biológico somos todos iguais (lindo!). Entretanto, na vida social, ainda temos
muitos exemplos de que negros e brancos têm e tiveram, historicamente, oportunidade
e inserções diferenciadas, e o debate é sobre isto.
“Vocês têm mania de dizer que tudo é preconceito.”
Verdade. O fato de o negro ganhar menos, ser mais
parado pela polícia, ter dificuldade de pegar táxi, ter mais chance de morrer
em decorrência da violência urbana, ser chamado de macaco e preto FDP em
situações de conflito (ou cotidianas) é tudo coisa da nossa cabeça. Deve estar
faltando senso de humor mesmo...
“O próprio negro é mais preconceituoso que o branco.”
Vivemos em uma sociedade preconceituosa, assim como
existem negros discriminando negros, existem mulheres machistas, gays
homofóbicos etc., introjetar o discurso dominante é um problema que tem que ser
debatido, mas não é desculpa para pararmos de discutir as desigualdades entre
brancos e negros no nosso país. E não existe embasamento para afirmar que os
negros são mais preconceituosos, parece pretexto para tirar o foco da questão
central.
“Fui chamado de branco azedo na escola, também sofri
racismo.”
O fato de lutar pela visibilidade da desigualdade
racial existente não quer dizer que desconsideramos os diversos tipos de
preconceito: gordas, pessoas com sardas, baixinhas etc. também são alvo de
piadas, e merecem visibilidade, mas aqui estamos falando de uma relação
discriminatória que perpassa a forma de organização política, econômica e
social do nosso país. É desde o apelido na escola, até oportunidades de
inserção no Ensino Superior, passando por maior probabilidade de morte na
juventude etc., ou seja, afeta todas as esferas da vida social desses sujeitos,
que não por acaso, são negros. Gostaria de saber, Branco Azedo, quantas vezes
você entrou no ônibus e as tias sentadas na frente abraçaram a bolsa e te
olharam com espanto? Quantas vezes duvidaram da sua capacidade intelectual pela
sua aparência? Quantas vezes foi o único revistado de um grupo? Quantas vezes
você entrou numa loja e quase se ofereceu para ir ao estoque diante da
indiferença da vendedora? Quantas vezes foi acompanhado pelo segurança das
Lojas Americanas durante seu percurso pela loja? Pode até ter acontecido uma
vez ou outra naquela fase em que você era fã do Eminem e adotou o gangsta
style, mas pro seu amigo de turma, carinhosamente chamado de Tiziu, isto foi e
é a vida dele.
“Vocês têm autoestima baixa.”
Confesso que ter autoestima elevada é uma luta árdua.
Principalmente, quando aos 5 anos, você chama um amigo para brincar e ele diz
que não brinca com negros. E depois você passa o resto da sua vida consumindo
um padrão de beleza que não é o seu, sendo chamada de cabelo duro, ouvindo que
seu nariz é muito grande e seus lábios grossos demais. É difícil, mas acredito
que muitas pessoas conseguem ultrapassar o drama da fase escolar e construir
uma percepção positiva de sua aparência. Isto não quer dizer que temos que aceitar
piadas com nossos cabelos e com a cor da nossa pele. Justamente por ter
adquirido autoestima elevada chamamos atenção para o preconceito e exigimos
respeito.
“Acho desnecessário este feriado de Zumbi. Se fizessem
o dia do orgulho branco, iam dizer que era preconceito...”
A ideia do feriado tem a ver com uma estratégia para
dar visibilidade a questões de grupos socialmente discriminados. Como o branco,
hétero, de classe alta nunca foi socialmente discriminado, não caberia um
feriado, entendeu? O dia dele já é todo dia, no Brasil, há mais de 500 anos, tá
bom não?
Parece cabelo de gente
“Agora sim, parece (parece cabelo de) gente”
Por Vitória, em comentário para http://faladelas.com/2015/06/17/nao-alisem-as-criancas-e-abusivo-por-amanda-bomfim/
Sou de descendência judia, e
assim como muitas meninas negras, tenho um cabelo bem cacheado e volumoso,
parecido com aqueles que eram usados nos anos 90. Minha mãe alisou meu cabelo
quando eu tinha 10 anos, naquela época que se usava o formol forte (e por ser
criança, não tinha muita consciência daquilo ao que me submeti). Hoje acho isso
uma loucura e um absurdo.
Quando comecei a entrar na pré-adolescência, a química foi indo
embora. Mas eu continuava a penteá-lo seco, tirava todos os cachos (que eu não
sabia que existiam) e parecia um poodle. Eu achava que eu tinha cabelo de
bruxa. Por que eu não podia ser bonita como as outras meninas? Eu prendia meu
cabelo com milhões de gominhas.
Numa noite eu dormi com ele molhado e, na manhã seguinte, acordei com cachos! Eu não sabia: meu cabelo era cacheado! Só me lembrava dele liso, de quando fizera alisamento. Foi um choque. Minha mãe nunca me disse nada, e nós não tínhamos mais dinheiro pra pagar um alisamento.
Numa noite eu dormi com ele molhado e, na manhã seguinte, acordei com cachos! Eu não sabia: meu cabelo era cacheado! Só me lembrava dele liso, de quando fizera alisamento. Foi um choque. Minha mãe nunca me disse nada, e nós não tínhamos mais dinheiro pra pagar um alisamento.
Tentei aprender a manter os cachos como pude, mas nunca deu
certo, ninguém nunca tinha me ensinado. Numa das últimas vezes que decidi e me
submeti novamente a um alisamento, minha mãe falou: “Agora sim, parece gente.”
Isso me marca muito. Uso chapinha desde os 12.
Agora tenho 18 e fiz novas tentativas (conversei com pessoas que
me ensinaram o que fazer com meu cabelo), e dessa vez fui bem sucedida! Quero
progredir até usá-lo cacheado todos os dias. Mas há vezes que ele ainda fica
muito frizzado, com cachos indefinidos, e eu me sinto feia. Isso certamente me
deixa muito triste. Espero, realmente, poder um ia olhar para o espelho e ter
orgulho de quem eu sou, e de como meu cabelo é. Ele é uma forte marca da minha
identidade, e parece que, quando eu o rejeito, estou rejeitando a mim mesma. E
eu quero realmente me amar como sou.
E ah: minha mãe não é má. Na verdade, ela alisa o cabelo. Ela
tinha o cabelo muito, mas muito mais crespo que o meu. Quando ela rejeita o meu
cabelo, está rejeitando o dela. E isso é triste.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Assim é feita a cidadania ao alcance de todos
Companheiros e Companheiras; esta
postagem do integrante - José Afonso Karibé - tem tudo a ver com os objetivos
práticos que almejamos atingir com as atividades desse grupo.
Periferia,
Organização Social, Cidadania e Voto
José Afonso Karibé
José Afonso Karibé
Estive no encontro organizado por jovens dos
bairros Bom Jesus, Bela Vista, Sagrada Família,Estrelas, Conceição, Nova
Viçosa, Posses, Betânia, Santa Clara (parte alta).
Um primor de organização e uma pauta muito atual e necessária.
Família, sociedade, educação, cultura, esporte, lazer, participação social e política e eleições municipais 2016.
Sou um dos quarenta convidados de Viçosa/MG, para contribuir com a discussão.
Veja mais sobre isto em https://www.facebook.com/groups/363755440493063/permalink/386477238220883/
Um primor de organização e uma pauta muito atual e necessária.
Família, sociedade, educação, cultura, esporte, lazer, participação social e política e eleições municipais 2016.
Sou um dos quarenta convidados de Viçosa/MG, para contribuir com a discussão.
sábado, 16 de maio de 2015
Adesão ao Grupo "Invisibilidade Negra"
PROPOSTAS SUJEITAS A CRÍTICAS E INSERÇÕES
ESCRITAS PARA REGER O GRUPO “INVISIBILIDADE
NEGRA
1) A partir de -----/-------/--------, novos integrantes só integrarão
esse “Núcleo”, por intermédio de convite de
pelo menos um dos seus
integrantes iniciais;
a) Cada integrante
do “Núcleo” poderá convidar quantos integrantes quiser, satisfeitas todas as
demais condições a serem ainda definidas com base nessas propostas;
2) As sugestão para convidar novos membros são:
a) A critério de
quem convidar, o convidado deve ser visto como potencial auxiliar nos objetivos
definidos pelo “Núcleo”;
b) Assumir compromissos com os objetivos
previamente definidos e referendados pelo “Núcleo”;
3) Considerando que os adeptos da Negritude
nunca tiveram, têm ou terão acessos às grandes mídias de massa, para se
comunicar com aqueles que desejamos e nos termos que julgamos apropriados aos
nossos interesses, o objetivo básico deste “Núcleo” é propor alternativas de
colaborar com ideias, formulação de propostas e conclusões(ou sugestões) – todas
discutidas -, seguidas de “Plano de Trabalho Prático, com metodologia tão
simples e que possa ser aplicada com trabalho voluntário, e com definição de
beneficiários”;
4) Os integrantes iniciais escolherão, por maioria simples, 02 Coordenador, do “Núcleo” e 06 Relatores de “Núcleo”;
5) Para cada grupo de novos convidados, toda vez que o número de
novos integrantes for igual ou superior ao de integrantes iniciais, mas
não igual a duas(02) àquele, novos
Coordenadores e Relatores deverão ser escolhidos;
a) Os
Coordenadores e Relatores serão determinados assim:
a.1) 01
Coordenador e 01 Relator do “Núcleo de integrantes iniciais;
a.2) 01
Coordenador e 02 Relatores Auxiliares
escolhidos entre os novos integrantes convidados;
a.3)
Imediatamente os Coordenadores e Relatores deslocados serão substituídos por
Coordenadores Auxiliares ou relatores e integrantes que já conhecerem a
atividade dentro do “Núcleo”;
6) Estas Normas, havendo necessidade, serão revisadas de seis(06) em
seis(06) meses, durante três(03) anos por integrantes que, efetivamente – por
critérios conjuntamente discutidos – tiverem participação dentro do “Núcleo”;
6) Excluindo o item “1”, os
demais itens e sub-itens estão sujeitos a discussões, acréscimos e retiradas, negociados entre os integrantes.
(José Teodoro Costa
– Idealizador desse Núcleo Inicial – 08-03-015)
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Quem não pensar os outros pensarão por ele
QUANDO
NÃO PENSAMOS, ALGUÉM PENSARÁ POR NÓS EM CAUSA PRÓPRIA
por José Teodoro Costa
por José Teodoro Costa
Algumas colocações seguem, para pensarmos em questões para as quais damos poucas atenções. "Querem reunir negros?..." Comecem abrindo mão das "imaculadas certezas pessoais" - que os demais não compreendem -, mas favorecendo propostas pessoais para discussões, retiradas de conclusões conjuntas e propostas consensuais. Vamos aprendermos uns com os outros o real significado da palavra GENEROSIDADE em nome dos interesses da Comunidade Negra brasileira. Os pobres brasileiros dentre os quais a maioria é negra, consciente ou inconscientemente, e sem a necessidade de serem sempre lembrados das respectivas negritudes, porque esse lembrete não agrega simpatia às causas da militância negra. No íntimo quem é negro sabe que o é... Aproximemo-nos uns dos outros com humildade e escutemo-nos mutuamente. As causas pelas quais vale a pena unirmos são necessidades comuns a todos, inclusive àqueles que tiveram alguma chance diferenciada em relação à maioria. Ofereçam a mão em apoio, escutem suas necessidades e nos coloquemo-nos à disposição em achar a solução compatível. A maioria sabe que é importante exercer sua cidadania, mas não sabem como. Nós precisamos de quem saiba nos ouvir, de quem traduza os sinais acadêmicos para formas as quais somos capazes de entender e não precisamos de quem deseja nos impor visões de mundos, para nós, sem nenhum sentido prático na realidade em que vivemos. Não sabem como fazer isso? Vocês se letraram, fizeram cursos superiores e/ou, por iniciativa própria, adquiriram culturas diferenciadas. Será que essas habilidades, aliadas com suas experiências pessoais que não batem com aquilo que aprenderam academicamente ou por conta própria não lhes predispõe a questionamentos livres das interferências sociológicas ou políticas viciadas? As histórias da formação da cultura brasileira estão aí para nos orientar. Informem-se com fontes originais e originadas fora das academias e fora dos discursos políticos que pregam uma coisa e, atingindo seus objetivos pessoais ou grupais com as nossas ajudas, nos põem de lado. Pensem nos conhecimentos acadêmicos que obtiveram, comparem com as informações alternativas autonomamente obtiveram e, sobre tais conhecimentos, tiremos nossas próprias conclusões. Nossos inimigos jamais irão nos ensinar qual é o caminho das pedras sob as águas, para atravessarmos e não afogarmos . A Comunidade Negra brasileira precisa urgentemente de novas lideranças sinceramente comprometidas com os destinos dos demais e nascidos da organização social orientada por essas futuras lideranças, mas com discursos autônomos e apropriados para defenderem os reais interesses nossos. Portanto todo cuidado é pouco com as teorias de organizações sociais e políticas baseadas em ideologias que não permitem que nós as critiquemos, quando os resultados das suas ações repetidamente deixam a Comunidade Negra Brasileira onde não escolhemos estar, apesar das melhoras que possibilitaram acontecer nas nossas vidas. Não estará apto a construir o presente e o futuro da Comunidade Negra brasileira quem não quiser pensar, propor, discutir concretamente, tirar conclusões e propor soluções que signifiquem alternativas de soluções para problemas comuns à Comunidade negra brasileira à qual por livre e espontânea vontade cada um decide pertencer. Portanto não é necessário organizar todos os negros e mestiços para se construir o protagonismo social e político negro no Brasil. Precisamos sim daqueles capazes de construir ideias negras factíveis, que saiba defendê-las em discussões e daqueles capazes de abdicarem de pontos de vistas pessoais ou grupais em benefício da construção de união daqueles que sabem que sozinhos ou em confrarias nada conseguirão construir.
domingo, 12 de abril de 2015
Projeto "Negritude na Rua", Integrantes, Categorias e Suas Funções
Projeto
“Negritude na Rua; Grupo Matriz, Seus Colaboradores e Suas Funções
José
Teodoro Costa
Nessa parte do trabalho que projetamos fazer junto
com outros companheiros já é inadiável alguns detalhamentos de funções no
Projeto “Negritude na Rua”.
Comecemos pelas figuras de Voluntários
Colaboradores e as funções que desempenharão dentro deste Projeto.
A categoria de Voluntários Colaboradores será composta por Fundadores, Multiplicadores e
Organizadores de Grupos.
Pode-se iniciar o Projeto em questão usando essa
configuração mínima de organização, para se trabalhar em quaisquer níveis
espaciais, sejam eles ruas, bairros, cidades, regiões etc.
Por outro lado, para satisfazer diferentes peculiaridades
geográficas, sociais, culturais etc., essa configuração mínima também servirá
de modelo para se criar outros modelos de organizações mais adequados aos
ambientes em que esse projeto precisar de adaptações para ser implantado.
Fundadores:
São
aqueles Colaboradores Voluntários
que aderiram à proposta de organizar o “Núcleo de Discussões Propositivas”,
subordinados ao Fórum “Intelectualidade Afro-brasileira – I.A.”.
A
função dos Fundadores é fomentar
ideias, apresentar propostas, discutir tais propostas, tirar conclusões e
estabelecer metodologias de trabalhos capazes de auxiliarem nas orientações com
focos no objetivo principal desse “Núcleo” que é superar as interdições que o
Racismo Institucional impõe aos interesses dos adeptos da Negritude sob as mais
variadas formas. Sabemos que essas interdições tendem a destruir de formas
repetidas a construção do protagonismo político das lutas negras antirracistas
no Brasil, quando impedem a livre circulação de informações entre os pobres no
Brasil, e essa maioria é negra ou tem fortes características hereditárias
africanas.
Multiplicadores:
São
todos aqueles futuros Voluntários
Colaboradores que vão aderir ao “Núcleo”, por intermédio de convites de
cada Voluntário Colaborador Fundador, mediante alguns critérios que
ainda serão definidos em comum acordo entre os fundadores.
Os Multiplicadores
terão a função de “garimpar” e orientar os Organizadores
de Grupos, segundo as orientações aprendidas nas Metodologias organizadas
pelos Fundadores, modificadas em
discussões com esses mesmos Multiplicadores,
metodologias estas ainda sujeitas a adaptações, de acordo com as experiências
já obtidas pelo Projeto “Negritude na Rua”.
Organizadores
de Grupos:
São todos aqueles
futuros Voluntários Colaboradores do
“Núcleo” que vão aderir ao Projeto “Negritude na Rua”, mediante convites de
cada Multiplicador.
Esses
Organizadores de Grupos terão a
função de promover reuniões diretamente com os interessados, em local de fácil
acesso. Tais reuniões ocorrerão com assistência de pelo menos três(03) Organizadores de Grupos, onde hum(01)
se encarregará da Coordenação dessa reunião e dois(02) serão seus auxiliares.
Como a reclamação atual é que “os movimentos
negros brasileiros não se unem”, sugere-se que a preocupação maior na implantação
deste Projeto seja estrutura-lo dentro de uma perspectiva de obter, tanto
quanto possível, unidades de objetivos à medida que as atividades do Projeto
“Negritude na Rua” forem avançando.
Nessa perspectiva de construção de união,
Fundadores, Multiplicadores e Organizadores de Grupos devem priorizar nunca perder quaisquer contextos que possibilitem destacar a necessidade de
priorizar aqueles interesses capazes de satisfazer ao maior número de pessoas
possível; seja qual for a amplitude em que se faça o encontro. Em contrapartida
e nas mesmas condições em que se procurar construir a unidade, também se
procura desestimular vaidades pessoais e grupais, uma vez que tais vaidades
desfavorecem amplamente quaisquer construções de unidades também em quaisquer
níveis.
Sugestão
de leitura complementar:
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Racismo Institucional Contra Negros
O
Combate ao Racismo Institucional Contra Negros; parte 1
José
Teodoro Costa
O Racismo Institucional, aqui, é conceituado como sendo um
conjunto de formas de tratamentos dispensados por agentes públicos a vastos
grupos sociais, usual e tacitamente vistos como desfavorecidos, onde agentes
públicos representantes de instituições públicas, usando regras diferenciadas
no atendimento, baseados em costumes sociais amplamente aceitos pelos
favorecidos, de formas recorrentes, desfavorecem pessoas que têm aparências físicas
e/ou vivenciam culturas ou costumes diferentes dos daqueles favorecidos, com os
quais esses agentes públicos se identificam, com a tendência em beneficiar sempre
aos representantes de um mesmo grupo social recorrentemente beneficiado, em
recorrente desfavor de indivíduos representantes de outros grupos sociais.
Esse Racismo Institucional é o resultado composto por
heranças culturais do Brasil colonial, conjugadas com os efeitos de políticas
europeias colonialistas da segunda metade do século 19 e das primeiras décadas
do século 20, com as políticas favoráveis à imigração europeia e com decisões
econômicas que favoreceram aos modelos de produções agrícolas cafeeiras
latifundiárias. Essas políticas de favorecimentos aos imigrantes vigoraram como
“Políticas do Estado Brasileiro”, desde a fundação do Regime Republicano, em
1889, até a Quebra da Bolsa de Chicago, em 1929.
Entre 1889 e 1929 os imigrantes europeus e os brancos
brasileiros tiveram 40 anos para estabelecerem as vantagens econômicas que detiveram
sobre os es-escravos e seus descendentes. Os herdeiros daquelas vantagens
continuam mantendo-as até os dias atuais. Aqueles benefícios estatais fizeram
com que o Racismo Institucional, do ponto de vista cultural, se transformasse
num fenômeno cultural validador do racismo contra negros e seus descendentes sob
quaisquer aspecto social, cultural, econômico e político em que se analise o
Brasil.
Como resultados do Racismo Institucional entre o período de
1889 a 1929, para as mídias disponíveis nessa época (jornais, revistas, livros
e rádios) e teatros; negros e seus descendentes só existiam para serem rebaixados
socialmente como pessoas. Seja com a criação do ensino público ou do privado e
pago que já existia antes do ensino público ser criado, em todos os níveis, e
com o advento do cinema e televisão, esse rebaixamento social ou a completa
invisibilidade continuaram.
As invisibilidades de negros e seus descendentes diminuíram
e suas chances de inserções econômicas sem exigências de letramento aumentaram modestamente
apenas com a diminuição da importância da economia agrária ligada à exportação,
com o aumento da industrialização nas cidades importantes no Sudeste e Sul, e
com os adventos do futebol como esporte de massas e de emissoras de rádio e de
TVs, como oportunidades de ascensões econômicas aos negros, respectivamente,
como jogadores de futebol e como cantores. Mas, em termos significativos, o
Racismo Institucional continuou e ainda continua trazendo enormes interdições
para os negros e seus descendentes se comunicarem entre si massivamente.
Essas interdições continuam ocorrendo com a falta de
implantações efetivas dos ensinos das Histórias do Negro no Brasil e no
Continente Africano, por intermédio do não cumprimento institucional da efetiva
aplicação da Lei 10.639 e suas
congêneres, nas instituições públicas e
privadas, em todos os níveis; nas
grandes mídias comerciais que ignoram solenemente as divulgações de assuntos
relevantes, enquanto nas mídias sem finalidades comerciais tais assuntos de
interesses da Negritude têm alguma divulgação, mas seus alcances, em termos de
números de leitores, ouvintes e telespectadores, bastante modestos.
Ora, sabemos que, sendo o Racismo Institucional uma
construção pública institucional, cuja instância direcional começa na esfera
Federal, passa pela esfera Estadual, se encerra nas Administrações Municipais e
legitimam o racismo no varejo dentro da sociedade brasileira, seu combate só
tem viabilidade prática por intermédio de atividades políticas pensadas pelos
adeptos da Negritude de formas autônomas e discutidas, definidas e planejadas
também pelos próprios militantes das causas negras antirracistas e postas em
práticas diretamente junto àqueles mais afetados por ele (o Racismo
Institucional).
Quem, apesar de não ser negro, também se achar capaz de
colaborar conosco, será bem vindo, mas fazendo o trabalho de mostrar aos seus
pares como o Racismo Institucional é prejudicial a todos, sob quaisquer
aspectos em que se analise a sociedade brasileira.
Obs.: O
Combate ao Racismo Institucional Contra Negros; parte 2, vide
https://www.facebook.com/groups/intelectualidadeafrobrasileira/permalink/688679634587714/?pnref=story
sábado, 28 de março de 2015
Projeto "Negritude na Rua"
PROJETO “NEGRITUDE NA RUA”
(Uma Proposta para
Discussões, Inserções, Alterações e Supressões, Assim como para Servir de Base
para Fazer Outros Projetos Pessoais, em Quaisquer Circunstâncias de Trabalhos
com Perspectivas Parecidas com Esta Que Propomos)
Introdução
Minha
expectativa é que daqui algum tempo, este Projeto se transforme num documento
de autoria coletiva, capaz de ser estruturado com uma coluna vertebral, ainda a
ser construída: um Pensamento Ideológico
e Político Autônomo para os Adeptos da Negritude Brasileira.
Utopia?
Que Seja!...
Mas esta é
uma utopia que só depende daqueles que verdadeiramente tiverem responsabilidade
com a disseminação do espírito da CIDADANIA AO ALCANCE DE TODOS E, POR ISSO
MESMO, INDISTINTAMENTE INDEPENDENTE DE CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS, GRUPAIS, IDEOLÓGICAS,
POLÍTICAS FLUÍDAS; AO SABOR DAS CONJUNTURAS, CONVENIENTEMENTE APROVEITADAS POR
ALGUNS E IGNORADAS POR MUITOS...
JUSTIFICATIVA:
Uma das maiores
dificuldades que os adeptos da Negritude brasileira têm são as interdições que
o Racismo Institucional, por intermédio das Instituições de ensino Públicas e
Privadas – em quaisquer níveis -, dos seus materiais didáticos e das grandes
mídias sempre fizeram, fazem e ainda farão às apresentações das histórias negras
no Brasil e no Mundo; e às diversas manifestações da Cultura Negra gerenciada
pelo próprio negro, principalmente no Brasil.
O que
justifica a implantação desse projeto é a impossibilidade que os adeptos da
Negritude têm para - nas atuais conjunturas sociais, culturais, econômicas e
políticas que se apresentam no Brasil, remover as interdições já referidas.
Esse projeto
de trabalho se propõe achar soluções alternativas e viáveis, para superar as
interdições já, antes, referidas, por intermédio de um projeto de trabalho
amparado, inicialmente, em um pequenos grupo de pessoas dispostas a criar,
juntas, u’a metodologia de trabalho prático e capaz de superar aquelas
interdições. Posteriormente, o grupo
procurará se ampliar, já tendo em mãos um método de trabalho passível de ser
adaptado às necessidades dos locais em que surgirem outros grupos de pessoas
dispostas a se engajarem nesse Projeto – os multiplicadores. Esses
multiplicadores prepararão voluntários formadores de tantos pequenos grupos
quantos forem possíveis e em quaisquer lugares onde puderem ser implantados,
com autonomias para adaptarem a metodologia inicialmente criada aos locais e
condições em precisarem ser empregadas, tendo como foco a disseminação da noção
de cidadania entre pessoas, dentro das suas famílias, assim como em ruas,
bairros, cidades, regiões e Estados no Brasil.
OBJETIVO:
Criar
alternativas de superar as interdições que o Racismo Institucional submete a
população pobre brasileira; aonde sabemos que a maioria é negra ou mostra
fortes heranças negras. Com este Projeto
deseja-se criar inúmeros pequenos grupos de monitores-multiplicadores,
responsáveis por formarem voluntários capacitados em trabalhos com pequenos
grupos de pessoas, em locais onde os moradores têm dificuldades de exercerem ou
fazerem valer suas cidadanias.
FASES DESTE PROJETO
01) “Garimpar”
pessoas dispostas a acharem as possíveis alternativas para se atingir o
objetivo proposto;
02) Propor,
discutir tais propostas com os demais integrantes, tirar conclusões
compartilhadas e propor metodologias de ações práticas para organizar pequenos
grupos e articular esses grupos entre si, seja rua-a-rua, bairro-a-bairro,
cidade-a-cidade, região a região e,
finalmente, Estados-a-Estados no Brasil;
03) Definir
em que nível político o trabalho será iniciado( se municipal, Estadual ou
federal);
Em cada nível, deverá se definir os
sub-níveis apropriados para iniciar este modelo de Projeto.
04) Após
observar as características locais(sociais, materiais e culturais) definir qual
será o foco do trabalho e as metodologias mais adequadas para implantar este
modelo de Projeto;
05) Definir Metodologias de trabalho
apropriadas cada local escolhido para se implantar este modelo de Projeto;
A) Fazer levantamentos de interesses relevantes;
A) Determinar quais assuntos são passíveis de serem abordados
no local escolhido;
C) Selecionar os assuntos mais
pertinentes ao local;
D) Definir as melhores formas de
abordar cada assunto selecionado;
Iniciando o trabalho:
A) Preparando a reunião dos possíveis interessados;
B) Escolher a metodologia mais apropriada para preparar a
reunião;
C) Definir local de reunião;
D) Saber qual é o tamanho do local
escolhido para a reunião;
E) Sabendo que cada pessoa ocupa uma
área de 1,0 m², pode-se ocupar até 60% da área do local escolhido para reunião;
F) Definir o perfil das pessoas
convidadas com vistas a fundar a associação. Dá-se preferência por pessoas que,
previamente, e por informações, já se saiba que tais pessoas são formadoras de
opiniões no local;
G) Redigir e fazer a quantidade de
convites necessários, onde obrigatoriamente tem escrito o motivo da reunião e o
que será apreciado e discutido, local da reunião, data da reunião e a hora da
reunião;
H) Distribuir os convites com pelo
menos 72 horas de antecedência da ocorrência da reunião.
Abertura da Reunião:
Os orientadores dos trabalhos
voluntários sempre devem estar presentes nos locais das reuniões ANTES DA
CHEGADA DOS PRIMEIROS CONVIDADOS.
Recomenda-se uma comissão de pelo
menos três orientadores voluntários e não mais do que cinco. Nessa comissão uma
pessoa é responsável pela coordenação dos trabalhos e os demais fazem trabalhos
auxiliares. Porém nada impede que, de uma reunião para a outra haja alternância
de funções.
Abre-se qualquer reunião,
declarando-a “Aberta” e seguindo a apresentação dos assuntos que constam dos
convites.
O Coordenador Voluntário passa uma
lista em papel almaço, avisando aos presentes que cada um deve preenchê-la, com
nome, profissão, endereço completo, telefone e pelo menos hum endereço virtual (página
de Facebook, e-mail, Twitter etc). Assim
ficará mais fácil entrar em contato com cada um dos presentes em futuras
reuniões.
Cada assunto é apresentado aos presentes sempre de formas
hierarquizadas e em função das realidades e necessidades locais previamente
focadas e provisoriamente seguindo uma ordem de apresentação para discussão, de
acordo com o que a Comissão de voluntários determinou.
O coordenador voluntário solicita
aos seus auxiliares que, a partir de então, façam anotações de ideias,
problemas, sugestões de soluções e quaisquer assuntos a mais que forem julgados
relevantes naquela reunião.
Os orientadores voluntários procuram
estimular as exposições de suas ideias pelos presentes, pois assim eles têm
maiores possibilidades de se envolverem mais nas discussões e também se
sentirem corresponsáveis pelas soluções surgidas nas reuniões.
Terminada esta fase de exposições de
interesses dos presentes, os assuntos provisoriamente hierarquizados pela
Comissão de Voluntários, assumem a hierarquia determinada pelos interesses
demonstrados pelos presentes.
Formam-se então tantos subgrupos de
presentes quantos forem os grupos de assuntos de interesses desses presentes,
levantados nesta reunião. Recomenda-se que cada subgrupo seja composto de
número impar de integrantes, porque fica mais fácil evitar tirar mais de uma
conclusão ou solução, por causa da ocorrências de empates nas escolhas.
Estimula-se cada subgrupo a definir
seu representante naquela reunião.
Cada subgrupo, auxiliado por
representantes da Comissão e com tempo determinado, discutem aquilo que lhes
competem e tiram suas conclusões, também, hierarquizadas em ordem decrescente
de adesões.
Antes da apresentação de todas as
conclusões subgrupais, a Comissão de Voluntário faz uma rápida explanação sobre
a importância ética de se valorizar os interesses do maior número de pessoas
possível, em detrimento das vaidades pessoais, grupais e/ou partidárias, uma
vez que AS CONQUISTAS MAIS IMPORTANTES DE UMA SOCIEDADE SÃO AQUELAS QUE
BENEFICIAM O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE PESSOAS QUE COMPÕEM ESSA MESMA SOCIEDADE, DESTACANDO
AINDA A IMPORTÂNCIA DE SE RESPEITAR SEMPRE OS INTERESSES LEGÍTIMOS DAS MINORIAS
REPRESENTADAS NAS REUNIÕES.
Finalmente reúnem-se todos os
presentes novamente e cada representante de subgrupo apresenta sua conclusão
aos demais, fazendo uma breve defesa da mesma. Em seguida a Comissão de
voluntários pergunta se alguém deseja tirar alguma dúvida. Não havendo mais
dúvidas, a mesma Comissão põem todas as conclusões apresentadas em votação; todos votam na proposta de conclusão que
individualmente lhes convier.
Se houver empate, as conclusões
empatadas se tornarão “conclusões de todos”.
Chama-se atenção
daqueles subgrupos, cujas conclusões não foram majoritariamente votadas, que SUAS CONCLUSÕES, APESAR DE NO MOMENTO NÃO ESTAREM ENTRE AQUELAS QUE
REPRESENTARÃO AS VONTADES DO GRUPO, REPRESENTAM UM IMPORTANTE ESFORÇO DE
COLABORAÇÃO DO TRABALHO A FAVOR INTERESSES DE TODOS, pois elas, noutras
ocasiões mais propícias, poderão fazer grande diferença, a favor de futuras discussões
do Grupo e em favor dos interesses coletivos representados.
A COMISSÃO APROVEITA PARA REFORÇAR A
IMPORTÂNCIA DO RESPEITO ÀS VONTADES DA MAIORIA, MAS, TAMBÉM RESPEITANDO OS
INTERESSES LEGÍTIMOS DAS MINORIAS, ENFATIZANDO QUE ESSE É O PRINCÍPIO BÁSICO DA
DEMOCRACIA RADICAL E A FAVOR DAS SATISFAÇÕES DAS DEMANDAS POLÍTICAS COLETIVAS,
JÁ QUE AS DECISÕES POLÍTICAS INSTITUCIONAIS SÃO TOMADAS EM FUNÇÃO DA QUANTIDADE
DE PESSOAS INTERESSADAS NELAS.
Nesse ponto está definida a pauta
representativa das demandas políticas de qualquer organização; portanto, a
partir de então, este grupo já tem com que dialogar e defender seus interesses
politicamente com quaisquer outras organizações e grupos sociais, culturais,
econômicos e políticos, de quaisquer tamanhos ou níveis.
Finalmente a Comissão de voluntários aproveita a oportunidade para
mostrar aos presentes, em quaisquer reuniões, que ELES ACABARAM DE PARTICIPAR –
COMO CIDADÃOS – DE UM DENTRE OS VÁRIOS EXEMPLOS DE PROCESSOS DE ESCOLHA
POLÍTICA E LEGÍTIMA, PORQUE O MESMO SE FÊZ NA INSTÂNCIA MAIS IMPORTANTE DE UM
REGIME QUE RESPEITA A DEMOCRACIA RADICAL – UMA REUNIÃO DE CIDADÃOS, PASSÍVEIS
DE SEREM REPRESENTADOS POLITICAMENTE E VEREM SUAS DEMANDAS DEFENDIDAS EM QUAISQUER INSTÂNCIAS POLÍTICAS
INSTITUCIONAIS, PÚBLICAS OU PRIVADAS, EM TROCA DOS SEUS APOIOS POLÍTICOS; APOIO
ESTE SEMPRE SUJEITO A SER REVISTO, SE O REPRESENTANTE TRAIR A CONFIANÇA DO
REPRESENTADO.
terça-feira, 24 de março de 2015
OS MOVIMENTOS NEGROS BRASILEIROS PRECISAM APRENDER SE MOSTRAR ÚTEIS, PARA SEREM OUVIDOS
OS MOVIMENTOS NEGROS
BRASILEIROS PRECISAM APRENDER SE MOSTRAR ÚTEIS, PARA SEREM OUVIDOS
José Teodoro Costa
Os primeiros desafios
que os adeptos das lutas negras antirracistas têm, para atingir o protagonismo
político são construir um pensamento político capaz de interessar aos mais
pobres, minimizar os conflitos de interesses entre integrantes de u’a mesma
organização ou entre diferentes organizações de Movimentos sociais e políticos,
estimularem a emergência de lideranças com raízes sociais e políticas fincadas
em organizações negras e/ou afrodescendentes capazes de se mostrarem úteis nas
soluções de problemas vividos pelos moradores de subúrbios e “quebradas”
brasileiros.
Por outro lado também os
promotores dessas organizações precisarão, muitas vezes, para facilitar
entendimentos entre diferentes organizações, conhecerem as realidades vividas
pelos interessados em se organizarem, dar sugestões apropriadas a cada
realidade presenciada, sugerirem propostas, estimularem discussões entre os
interessados em se organizarem, sugerirem conclusões, ajudar na identificação
daqueles pontos percebidos como convergentes entre os interessados e –
importante – ajudar na construção de u’a pauta viável em novas discussões entre
organizações diferentes.
Entendimentos numa organização somente se tornam possíveis, quando seus
integrantes aprendem que - identificados os objetivos aceitos por todos –
atingi-los é mais importante do que cultivar vaidades pessoais de sempre ver
suas propostas pessoais saírem vencedoras.
Também é importante destacar que em reuniões que envolvem mais de duas
organizações, são válidas as mesmas recomendações feitas na condução de reunião
entre membros de uma só associação, mas destacando que, neste caso, as
reuniões são feitas entre membros representantes de diretorias de organizações
diferentes. Neste caso somente constará da pauta aqueles pontos em que a
maioria dos representantes de organizações diferentes está de acordo.
Os demais pontos em desacordos
ficam para serem discutidos em outras oportunidades e dentro de novas
circunstâncias favoráveis aos possíveis entendimentos.
As lutas negras antirracistas, para ter seus interesses atendidos pelo
Estado Brasileiro, terão que aprender a despertarem os interesses dos pobres em
se organizarem socialmente para reivindicarem as satisfações dos seus
interesses, aprender estimular o aparecimento de lideranças com raízes nessas e
orientá-los nos mecanismos de controle político dessas lideranças políticas que
os representam.
Por outro lado também esses promotores da cidadania dos pobres, já
dispondo de um Pensamento Político para a Negritude brasileira, automaticamente
terão todos os instrumentais necessários para irem às ruas dos subúrbios e
“quebradas”, iniciarem os processos de “conscientizações políticas indiretas”,
estimulando os moradores locais a se organizarem em torno dos seus próprios
interesses.
Os trabalhos voluntários desses promotores da cidadania serão
identificar alguns possíveis interessados nesses locais, identificar as
aspirações fundamentais desses moradores, convidá-los para reunião em local a
se escolher em função das conveniências locais, apresentar o trabalho,
destacando que o mesmo não têm vínculos políticos, estimulá-los a exporem suas
experiências de vidas e mostrar-se disposto a auxiliá-los nas escolhas, sejam
elas quais forem.
Entra-se na fase em que os participantes expõem e discutem ideias e
propõem soluções.
Já levantadas todas as possíveis soluções mais apropriadas para os
problemas vivenciados pela maioria deles em seus dia-a-dias, é chegada a hora
de estimulá-los a discutirem solução por solução.
Para tornar os tempos das discussões os menores possíveis, os promotores
da cidadania orientam aos integrantes da organização reunir aquelas soluções
com alguma semelhança entre si num mesmo grupo.
Para ganhar mais tempo ainda nas discussões, criam-se tantos grupos de
discussões quantos forem os grupos de soluções propostas e cada grupo de
integrantes são estimulados a escolherem sua melhor solução.
Cada solução apresentada por cada grupo voltam a ser discutidas do ponto
de vista de qual objetivo se deseja atingir, de que forma ela será posta em
prática, privilegiando sua simplicidade, facilidade em ser posta em praticada e
destacar outras questões, no momento e de acordo com a realidade que o objetivo
requer.
Finalmente, dessa forma, estará sendo respeitado o principal critério de
tirar o menor número possível de soluções. Esta providência ajudará selecionar
sempre poucas soluções, mas de amplo alcance. Isso facilitará sempre chegar a
uma pauta pequena e capaz de atender às expectativas da maioria dos presentes.
É que, atuar em todas as frentes sociais e políticas é o caminho mais
curto, para se levar as lutas negras antirracistas ao fracasso político, por
causa da usual falta de união necessária, para se obter as nossas tão sonhadas
relevâncias social e política, conforme a realidade insiste em nos mostrar e
nós insistimos em não aceitarmos as causas.
Assim, finalmente a organização em questão terá – preferencialmente -
alguns objetivos de luta e argumentos para defendê-los perante sua rua, seu
bairro etc e saberá identificar similaridades de objetivos capazes de unirem
organizações diferentes numa mesma cidade, região, Estado e junto com outras
organizações de Estados diferentes. O mais importante ainda é que, em cada
nível de discussões desses, irão surgindo naturalmente aqueles potenciais
candidatos a líderes capazes
de representarem as organizações legitimamente nos diferentes níveis de
discussões.
Pode-se destacar a importância do surgimento de lideranças sociais e
políticas, surgidas durante esses processos de organizações, com suas raízes
ficadas em bases pobres e, por consequências, amplamente negras.
Essas bases pobres e, por consequências, amplamente negras – graças aos
avanços dos processos de organizações para a cidadania – terão a tendências
de, pouco a pouco, irem aprendendo como
se organizarem em benefícios próprios, o que é a política, como escolher, votar
e fiscalizar as ações dos seus representantes em quaisquer lugares em que
houver necessidades de essas lideranças representarem seus eleitores e os
interesses desses mesmos eleitores.
Como uma das nossas mais importantes preocupações deste será levar mais
cidadania para os subúrbios e quebradas brasileiros, este formato de trabalho é
a melhor arma que os adeptos das lutas negras antirracistas têm, para vencer os
obstáculos que as grandes mídias impõem à disseminação de ideias que satisfazem
aos interesses e ainda se constitui numa excelente oportunidade de exercitarmos
nossas capacidades de construirmos nossas autonomias ideológicas e políticas em
relação às direita e/ou esquerda. É que tanto a direita quanto a esquerda já
demonstraram cabalmente suas incapacidades de serem capazes de resolver os
problemas que afligem a Negritude brasileira antes, agora e no futuro.
Finalmente estejamos atentos àqueles que tentarão nos desanimar dessa
nossa empreitada, usando os mais diversos argumentos, porque o que nossos
inimigos mais temem é perderem o poder que até hoje tiveram para nos
imobilizarem social e politicamente, controlando-nos sob as mais variadas e
disfarçadas formas, sendo a principal delas desenvolver em nós o sentimento de
sermos inferiores a eles.
Os controles que exerciam sobre nós começaram a ruir, com o surgimento
das redes virtuais, acompanhada de u’a massa de negros educados e comprometidos
com os nossos interesses sociais, culturais, econômicos e políticos e que, ao
mesmo tempo, estamos vislumbrando formas alternativas de ultrapassarmos as
barreiras que o Racismo Institucional e as grandes mídias impuseram até agora
às nossas necessidades de comunicações em larga para disseminar nossas ideias.
As barreiras impostas pelo Racismo Institucional e as grandes mídias
podem ser ultrapassadas construindo um Pensamento Político para a Negritude
Brasileira. Esse Pensamento nos orientará sobre como trabalhar a formação de
voluntários orientadores de organizações de associações para disseminação de
conceitos de cidadania entre os pobres, entre os quais a maioria é negra.
O segredo desse trabalho é - com apoio de um Pensamento Político para a
Negritude Brasileira - ir formando voluntários dispostos a, inicialmente,
trabalhar com pequenos grupos de integrantes dispostos a serem novos
voluntários e ir para as ruas mostrar
como os adeptos das lutas negras antirracistas podem ser úteis auxiliando na
orientação de como solucionar – na prática - problemas vivenciados pelos
pobres, dentre os quais a maioria é negra.
Conforme se pode perceber, ficar-se nos lugares comuns generalizando que
“os negros brasileiros não progridem, porque são desunidos”, “negros não gostam
de negros”, “negros pensam que são brancos” e... Haja desculpas para não se
procurar informações, pensar sobre os conhecimentos obtidos, formar opiniões
sobre esses conhecimentos, interagir com pessoas afins, fazer propostas,
discutir tais propostas, tirar conclusões e, em grupos, selecionar aquelas
conclusões que tendem satisfazer a maioria daqueles que as tiraram, estabelecer
objetivos e ir p’ra rua trabalhar focados nesses objetivos, isto sempre vai
gerar grandes resistências apoiadas naqueles “lugares comuns” colocados por negros,
assim como também por racistas e seus simpatizantes.
Felizmente começa surgir entre os
adeptos das lutas negras antirracistas a percepção de que a Negritude, para
adquirir relevância política no Brasil, não é necessária aguardar que todos os
potenciais negros brasileiros adiram à ideia de Negritude. Para isto existe o
conceito de Massa Crítica(*) de
Adeptos da Negritude no Brasil...
(*)“...
Massa crítica de adeptos da Negritude se refere à quantidade de integrantes que
estão de acordo sobre algumas ideias fundamentais de interesses comuns e são
capazes de formalizarem posições políticas comuns que, na prática, são capazes
de fazer diferença quanto a questões mal resolvidas ou sem solução, mas que,
nos ambientes sociais em que tais integrantes vivem, suas propostas são
percebidas e aceitas como alternativas de soluções para os problemas
sociais, culturais, econômicos e políticos vividos pelos habitantes de
tais ambientes.” ... Veja mais sobre isto em http://digiartesgraficas.blogspot.com.br/2015/03/a-negritude-brasileira-e-sua.html
segunda-feira, 16 de março de 2015
A Negritude Brasileira e Sua Organização Política com Base Social
NEGRITUDE BRASILEIRA E MASSA CRÍTICA
POLÍTICA COM BASE SOCIAL
José Teodoro Costa
(*)Massa crítica de adeptos da Negritude se refere à
quantidade de integrantes que estão de acordo sobre algumas ideias fundamentais
de interesses comuns e muitos que ouvem tais integrantes dessa massa crítica se identificam com as ideias e posições expostas por eles. Por outro lado esses integrantes dessa massa crítica são capazes de proporem possíveis soluções para problemas comuns à maioria dos que convivem no mesmo ambiente em que eles(os integrantes) também convivem com os demais moradores e estes moradores simpatizam com as ideias e as propostas apresentadas por estes mesmos integrantes.” Esse ambiente comum pode ser uma rua, um bairro, uma cidade, uma região ou um Estado brasileiro.
Os adeptos da Negritude brasileira, precisam, o
mais rápido possível, de formarem u'a massa crítica(*), mobilizada em torno de
algumas conclusões políticas comuns e com discursos políticos também
unificados. Os discursos dessa massa crítica precisam ser unificados, porque,
em quaisquer organizações - seja ela constituída por um pequeno grupo de u'a
rua, de um bairro, de uma cidade etc. - se cada integrante fizer um discurso
diferente sobre questões fundamentais para a união de todos, a credibilidade
dessa organização naufraga. Por outro lado, nenhuma organização sobrevive, se
seus integrantes não se dispuserem a sacrificarem ideias pessoais ou de
pequenos grupos dentro de uma organização, mas que não são aceitas pela
maioria. Por isso é que dentro das organizações bem sucedidas seus integrantes
pensam, propõem, discutem todas as propostas - cada um defendendo a sua
proposta -, tiram conclusões e propõem estratégias de se atingir os respectivos
objetivos propostos. Por qual razão se
escolhem um pequeno número de questões consideradas fundamentais para unir uma
organização? A resposta é que, na medida em que cresce o número de questões
consideradas fundamentais e supostamente necessárias para se fazer os acordos
aceitos pela maioria dos seus integrantes, CRESCEM TAMBÉM AS DIFICULDADES DE SE
FAZER ACORDOS ACEITOS PELA MAIORIA. Por
isso é que as organizações políticas bem sucedidas em seus objetivos são
compostas basicamente por integrantes despidos das vaidades de SEREM OS DONOS
DAS VERDADES. Com essa massa crítica
estaremos dispensados de "dar murro em pontas de facas", quando
abordamos a questão de que "falta consciência negra onde ela deveria
existir", enquanto, igualmente, lamentamos que, no Brasil, "negros
são desunidos". Construamos e essa massa crítica política com os adeptos
da que já possuem consciência política para isso. Como fazer isso?...
Conversando com seus amigos sensíveis às questões ligadas à Negritude
brasileira, pensando e propondo ideias, discutindo tais ideias, selecionando
propostas fundamentais que surgirem e sobre as quais a maioria está de acordo,
estimulando cada integrante do grupo de amigos a formar "seu próprio grupo
de amigos", levando a eles, para discussões, as propostas acordadas e já
conhecidas. MOVIMENTOS DE
ADEPTOS DA NEGRITUDE QUE NASCEM EM GRUPOS DE AMIGOS AFINS E EVOLUEM PARA RUAS E
BAIRROS DE U'A MESMA CIDADE, REGIÃO E ESTADOS, NUNCA ESQUECEM SUAS RAÍZES... Se
esses movimentos insistirem em "esquecerem suas raízes", também
perdem força política, são punidos por isso e não sobrevivem dentro de qualquer
cenário sócio-político. Em minha opinião, a "branquitude brasileira",
já deu o que tinha de dar. Se os adeptos da Negritude confiarem em si, ficam
longe dos partidos políticos e das ideologias já postas, mas que, na prática,
sempre nos ignoraram; com propostas concretas, facilmente se organizam em todo
Brasil, arregimentam cerca de cinco milhões de eleitores, impõem sua pauta
política "construída com os pés no chão" e decidem eleições para
Presidente da República. Atingido esse objetivo, a Negritude brasileira adquire
autoridade para ser ouvida nos Estados brasileiros, nas regiões de cada de cada
Estado, nas principais cidades de cada região e daí para as cidades menores.
Nas cidades em que a Negritude conseguir se organizar, poderá eleger
vereadores. Numa região em que tiver u’a massa crítica de vereadores, poderá se
eleger, deputados estaduais, deputados federais e senadores. Sonho?... Por
enquanto estamos no campo das propostas para os adeptos da negritude se organizar
politicamente. O início da solução de
todos os problemas de racismos, preconceitos e intolerância contra negros no
Brasil está na organização política dos interessados. Facilitará muito a organização social e política, quando aqueles que desejam se organizarem conseguem vislumbrar com bastante clareza a DIFERENÇA ENTRE DESEJO PESSOAL E NECESSIDADE PESSOAL, porque desejos cada um tem os seus e necessidade pessoal sempre é bastante parecida com necessidades de mais pessoas. Finalizo dizendo que não se
está falando ainda de fundação de um partido da negritude brasileira. Estamos
falando apenas na organização dos adeptos da negritude para cada um exercer sua
cidadania plena numa Democracia Radical, e ao mesmo tempo levar essa luta da negritude para as outras pessoas afetadas pelo racismo, auxiliando tais pessoas a se descobrirem como sujeitos, não somente de deveres, mas também - e principalmente - de direitos.
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