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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

A BIOGRAFIA DE UM "ESQUERDINHA"

 
A BIOGRAFIA DE UM "ESQUERDINHA" COM AUTONOMIA INTELECTUAL E COERÊNCIA IDEOLÓGICA
Ruy Siqueira
Tenho dificuldade de fazer auto-promoção. Mas vou contar um pouco de minha história para saber se o lugar de negro dentro da tradicional militância e assessoria partidária é uma questão social ou racial.
Vamos lá:
sou formado em teologia, artes, direito; especialista em direito legislativo;
advogado, fui professor universitário no CEUB e visitante no Departamento de Educação da UNB, em Brasíli; fui aprovado para o doutorado direito e ciências sociais na Universidade Nacional de Cordoba, tenho vários artigos publicados em revistas acadêmicas no Brasil e na revista da comunidade brasileira em Londres;
Modestamente sou citado em vários trabalhos de TCC, Mestrado e de livros publicados. Pois bem!: com todo esse currículo razoavelmente bom, minha experiência de disputar meritocraticamente um espaço em determinada assessoria partidária ou cargos de Comissão na Câmara dos Deputados demonstrava que quando eu era convidado a assumir um cargo, danou-se ficava esperando um bom tempo, ainda mais quando eu usava rastafari.
Já, um companheiro progressista branco, convidado assumia imediatamente. Isso ocorria dentro de partidos de Esquerda.
Entretanto, como a minha convicção e crença ideológica e partidária era maior do que minha legitima ambição de galgar um posto maior e mesmo preterido, continuava firme com os meus ideias, meus panfletos, camisas e bandeiras lutando pela eleição dos meus candidatos.
Ainda bem que eu sabia separar a contradição racial interna dentro das lideranças e daquilo que eu sonhava como projeto de poder e político para o Brasil.
Era sempre assim, pintava uma crise no reestruturação do partido, advinha que dançava primeiro? como eu era concursado e do quadro funcional da Câmara dos Deputados, nada mudava em minha vida. Ficava triste e solidário, sabendo que meus companheiros pretos e pretas, altamente competentes e dotados de currículos incomparáveis, com tudo isto, não escapavam da demissão.
Tive a honra de assessorar grandes parlamentares do campo progressista. Por incrível que pareça tinha até deputado de direita que sabia que eu era de servidor "vermelhinho"que mesmo assim me convidavam só para eu cuidar dos pareceres de projetos e dos seus discursos.
Certa vez, um deputado de centro-direita, renomado e ex-professor da FGV em São Paulo me fez o convite em participar de sua assesoria numa determinada Comissão Permanente da Cãmara dos Deputados, alguém foi até ele para dedurar-me dizendo-lhe que eu era "vermelhinho". Ele respondeu que não estava interessado nesse patrulhamento e sim na reconhecida competência.
Também assessorei no inicio da criação do PSDB, o deputado Arthur da Távola, independente da nossa diferença ideológica, um grande escritor e sempre brincava comigo dizendo-me: "mais Ruy, você é um rapaz inteligente, competente e escreve muito bem insiste ser brizolista e agora lulista.... Mesmo assim, me respeitava muito. Mesmo de centro era um grande humanista no trato com seus assessores.
Jamais deixarei de ser Esquerdista, vermelhinho, comunistinha e tantos outros adjetivos dados pelos abjetos coxinhas, mas não me furtarei de fazer a construtiva crítica de que o lugar de preto e preta no partido, sobretudo daqueles que se propõe construir um Brasil igualitário. Entendo ser imprescindível fazer o dever de casa adotando-se a coerência no discurso. Aposentei, na ilusão de que encerraria um ciclo político da minha vida, curtir no exterior o meu direito a aposentadoria. De repente, nasce o Frente Favela que deixa claro no seu estatuto que o lugar de negro, pobre, favelado e periferia será de protagonista na disputa do poder e do acesso as políticas públicas.
Quem dera que a nossa luta, enquanto negros e negras, fosse apenas de classe. Teria até tempo de construir um partido radical, revolucionário e puritanista, tipo aquele que sonha em tomar o poder sem se misturar com outros partidos.
Quando se é negro e negra amigo, o buraco é mais embaixo irmão-branco. Só para lembrar: No Brasil nunca existiu o privilégio da pretitude, tal como concedido pela bolsa-imigração europeia de 1890.
Claro que eu luto pelo fim do capitalismo, mas enquanto isso luto para que pretos e pretas tenha o mesmo acesso que os brancos tem nas universidades, nos empregos, nas direções partidárias e na formulação de políticas públicas. Luto para que a favela, a periferia e entorno seja tratado com os mesmos direitos dos meus amigos de Esquerdas que moram no Lago Sul, Zona Sul e região nobre dos grandes centros urbanos.
Sonhar com uma revolução anti-capitalista contemplando a paisagem do Aterro do Flamengo seria o ideal de consumo ideológico e de militância de uma maioria que sonha e luta, ao menos, em ter saneamento básico nos seus casebres e o direito de ser visto como cidadão da esfinge constitucional.
Sou cidadão de Esquerda com muito orgulho! mas dantes ontologicamente favelático, pós-colonial e pan-africanista!

sábado, 2 de dezembro de 2017

DEVERES PÚBLICOS DE INTERESSES COLETIVOS



COMO DEVEM SER OFERECIDOS OS SERVIÇOS PÚBLICOS BÁSICOS?
(José Teodoro Costa)
Companheiras e companheiros; a todos e a todas, proponho que respondam se é, logicamente, possível pleitearem serviços públicos básicos fundamentais e comuns a todos e a todas, e, igualmente, dar a cada um ou a cada grupo o DIREITO DE ESCOLHER COMO TAIS SERVIÇOS PÚBLICOS SERÃO OFERTADOS, EM TERMOS DE PREFERÊNCIAS PESSOAIS OU DE GRUPOS QUE DEFENDAM INTERESSES SOCIAIS E CULTURAIS SETORIZADOS POPULARES?
 Já faz uns três meses que estou tentando estimular as discussões sobre possibilidades de se construir a união entre negros e negras em nosso País por intermédio dos interesses em torno de "Necessidades Básicas Fundamentais e Comuns a Todos e a Todas" ...
Cá entre nós, etnicamente, sou contra às ideias e/ou propostas de, unilateralmente, na base do "olhar", se definir quem é ou não é, pertencente à etnia negra Brasil....  Sei que, tradicionalmente, a ideologia do "clareamento para apurar a raça", desde sempre, utiliza essas diferenciações de tonalidades epidérmicas “para semear desavenças sociais, culturais, econômicas e políticas junto aos negros e negras brasileiros, e, também, que os racismos estrutural e institucional TÊM DÉCADAS E MAIS DÉCADAS DE JANELAS EM “FAZER CORTINAS DE FUMAÇAS QUE ESCONDEM MUITO BEM AS INTENÇÕES DOS SEUS ADEPTOS E DOS SEUS ADMIRADORES ...
Praticamente, a respeito das possibilidades concretas de que essa união, de fato, podem ser realizadas por intermédio dessas "Necessidades ...", tenho recebido pouquíssimos retornos em termos de comentários contra ou favor desse meu ponto de vista.
A respeito dessa realidade de pouquíssimos comentários diferenciados recebidos, é altamente provável que ela esteja ligada a questões tais como, falta de informações e/ou de formações de opiniões próprias a respeito desse tema, receio dos patrulhamentos ideológicos ligados defesas de opiniões ideologizadas, já formadas, a respeito de quem é ou não é negro no Brasil, faltas de argumentos para enfrentar as acusações de ser um defensor dos interesses da "casa grande" e até mesmo por ser uma pessoa que, pessoalmente, "se vê sem um pertencimento étnico no qual se veja confortável", entre outras inúmeras razões possíveis que não será citadas para esta postagem não ficar mais longa do que já está ...
Na minha opinião, tais serviços básicos e fundamentais comuns a todos e a todas têm que ser oferecidos de forma que satisfaça à maioria das pessoas que faz uso deles. Então a lógica nos autoriza dizer que existem "interesses básicos fundamentais e comuns a todos e a todas" negros e negras, e, por esta mesma lógica EXISTEM INTERESSES QUE INDEPENDEM DOS PERFIS SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICOS E POLÍTICOS, PELOS QUAIS A MAIORIA DEVE LUTAR, IGUALMENTE, PARA QUE PREFEITURAS, ESTADOS E GOVERNO FEDERAL ATENDAM COMO DEVERES DE INTERESSES COLETIVOS ...
 

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