Páginas

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A Construção Social do Branqueamento do Negro no Brasil

BRANQUEAMENTO E BRANQUITUDE NO BRASIL
Maria Aparecida Silva Bento
Este texto procura abordar as dimensões do que podemos nomear como branquitude, ou seja, traços da identidade racial do branco brasileiro a partir das ideias sobre branqueamento, um dos temas mais recorrentes quando se estuda as relações raciais no Brasil. Ao longo do texto serão focalizados alguns aspectos referentes ao entrelaçamento dessa dimensão subjetiva das relações raciais, com outras mais concretas e objetivas, uma vez que ambas se reforçam mutuamente para funcionar como potencializadoras da reprodução do racismo. Aspectos importantes da branquitude, como o medo que alimenta a projeção do branco sobre o negro, os pactos narcísicos entre os brancos e as conexões possíveis entre ascensão negra e branqueamento serão abordados.
No Brasil, o branqueamento é frequentemente considerado como um problema do negro que, descontente e desconfortável com sua condição de negro, procura identificar-se como branco, miscigenar-se com ele para diluir suas características raciais.
Continuem a leitura em  http://midiaetnia.com.br/wp-content/uploads/2010/09/branqueamento_e_branquitude_no_brasil.pdf

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O Racismo Institucional e o Estímulo ao Branqueamento do Negro Brasileiro

Branqueamento do Negro Brasileiro
O racismo institucional é entendido de várias formas. Neste caso - e de forma bem simples -, vamos conceituá-lo como sendo um mix de “tratamentos diferenciados, praticados  por agentes públicos, com anuência dos órgãos públicos empregadores, contra vastos grupos sociais de aparências físicas diferentes de outros e em benefício desses outros”.
Preocupados com essa questão, políticos brasileiros do final do século 19, guiaram a política nacional de embranquecimento com a imigração europeia e uma abolição da escravatura feita de forma a empurrar os negros para as margens da sociedade. Essa política conservava os negros em condições de extrema pobreza até que se extinguissem devido à mortalidade infantil, desnutrição, doenças e também através das sucessivas miscigenações, ou seja, aaté que os negros desaparecessem por completo do cenário nacional.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Os Negros se Tornando Cidadãos - Parte 02;

Algumas abordagens construidoras de cidadanias
José Teodoro Costa

No Brasil, por características ligadas à história da sua formação cultural, o povo nunca foi estimulado a participar da sua vida política.
Hoje o País está numa fase em que, se esse desinteresse continuar, nenhuma novidade acontecerá ainda por muito tempo na vida social, cultural, política e econômica.
No que diz respeito ao povo negro, cujas organizações antirracistas não conseguem se aproximar do negro-massa, a situação ainda é muito pior, porque as diretorias de tais associações, juntas com a intelectualidade negra não conseguem achar meios de se comunicar politicamente com essas pessoas dentro das suas realidades de vida.
Por que não se pensar em novas possibilidades de se ajudar os negros-massa descobrirem que, juntos com outros que têm as mesmas necessidades, podem conquistar aquilo que individualmente nunca conseguirão.
Movimentos voluntários, obrigatoriamente apartidários, que deem aos negros-massa informações adequadas às suas realidades de vida  podem colaborar na construção da ponte capaz de ligar suas necessidades reais às suas cidadanias de fato. Existem inúmeras iniciativas pelo Brasil capazes de demonstrarem que isso é perfeitamente possível.  
Esses movimentos também apresentam um grande potencial de, por intermédio de lideranças emergidas desses movimentos, representá-los e, indiretamente, diminuir paulatinamente, os efeitos do Racismo Institucional e, por tabela, ir tirando a legitimidade do exercício do racismo social contra negros.
 Por outro lado tais movimentos também levarão à permanente ampliação da conscientização sobre o racismo na sociedade brasileira e possibilitarão às emergências futuras de legítimas e necessárias lideranças políticas das confianças dos integrantes desses movimentos sociais.
 Seguem algumas sugestões para se discutir a formação de grupos de trabalhos voluntários despertadores de cidadanias.
1) Movimento para Reconhecimento de Paternidade para Mulheres de Presos;
2) Movimento de Mães Solteiras;
3) Movimento para Melhoria da Saúde Pública em Sua Cidade ou Bairro;
4) Movimento para Registrar Pessoas nas Áreas Periféricas das Cidades;
5) Movimento para Facilitar Acesso ao Bens Públicos em Periferias;
6) Movimento para Ajudar Moradores de Ruas;
Movimento para Ajudar na Efetivação de Direitos(?);
7) Movimento Civil Organizado como Elemento de Pressão(Conscientizando, Buscando e Denunciando);
8) Movimento de Ajuda aos Jovens na Busca de Qualificação Profissional com Base em Previsões de Possibilidades de Empregos;
9) Movimentos capazes de explicarem os baixos salários no Brasil e suas relações com os impostos que os governos cobram  sobre a folha de salários;
10) Movimentos voluntários para reforços escolares com ajuda das secretarias de educação dos municípios;
11) Movimentos de esclarecimentos sobre Impostos diretos e indiretos que a população paga;

12) Outras sugestões(Deixem no Face que disponibilizo neste blog atualizando e ampliando esta lista de sugestões.).

Os Negros se Tornando Cidadãos; parte 01

José Teodoro Costa
A maioria de nós negros se apropriaria mais facilmente da cidadania a que temos direito se conhecêssemos nossa própria História e se tal conhecimento fosse complementado com estudos sociais, psicológicos, antropológicos e culturais sobre como se deu nossa caminhada desde quando o primeiro navio tumbeiro trouxe a primeira leva de africanos até os dias de hoje.
O começo desse conhecimento da nossa própria História implicaria em sermos alfabetizados sem a predominância de vieses eurocêntricos, isto é, aprenderíamos,, sim a História dos colonizadores, mas sem aquela necessidade imperativa de fazer da cultura colonizadora a única possível no mundo.
Sabe-se que a escravidão é que viabilizou a colonização do Brasil pelos portugueses perante as realidades econômicas contemporâneas desse início de trabalho escravo. Por outro lado sabe-se também que não há como “passar a borracha” naquilo que o Mundo e o Brasil produziram em termos de economia capitalista primitiva e constantemente “aprimorada”, assim como da organização social e política resultante daquela realidade produtiva até agora.
O bom senso e a honestidade intelectual recomenda reconhecer também que as consequências do regime escravo colonial, os problemas gerados e permanentemente não resolvidos, assim como a falta crônica de compromisso do Estado brasileiro com os negros por várias décadas após o fim do regime escravo não serão corrigidas renegando o regime de livre mercado e abraçando de olhos fechados as ideologias comuno-socialistas. É que tanto o Capitalismo quanto o comuno-socialismo tem virtudes inegáveis, mas também defeitos irreconciliáveis com os valores fundamentais da vida humana.
Assim o melhor a fazer é se radicalizar na defesa de princípios democráticos e o mais urgente deles é ser militante de causas negras baseadas em valores universais da vida humana.
Quem há de negar que uma pessoa capaz de exercer com responsabilidade sua liberdade de escolhas e ao mesmo tempo defender e levar esse direito às outras pessoas não é de fato um cidadão?
A pergunta formulada anteriormente nos remete diretamente a outras três questões fundamentais na superação paulatina do racismo no Brasil. 01- Nós brasileiros, negros ou não, ainda não somos tão cidadãos na real acepção desse conceito como nos consideramos ser; consequentemente; 02 - O racismo na sociedade brasileira é, obrigatoriamente, problemas de brasileiros negros e brancos; 03 – O Racismo Institucional tem que ser atacado permanentemente por todos aqueles que consideram a intolerância racial contra negros uma coisa abominável, porque ele (o racismo institucional: http://digiartesgraficas.blogspot.com.br/2014/11/brasil-negro-e-combate-ao-racismo.html )  é quem dá permissão para se discriminar negros.
Portanto tarefa mais urgente que temos é disseminar as práticas cidadãs, formando disseminadores e multiplicadores de cidadania e isso começa dentro da casa de cada um de nós, com abordagens sobre assuntos que fazem parte do dia-a-dia de cada um, para, depois, chegar aos nossos vizinhos, à nossa rua, ao nosso bairro e assim sucessivamente. (cont. parte 02)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O Racismo Institucional na História do Brasil

O Racismo Institucional na História do Brasil
(José Teodoro Costa)
A mais simples forma de conceituar o “racismo institucional” é considerá-lo como “tratamento diferenciado praticado por agentes públicos, com a conivência desses órgãos públicos aos quais tais agentes estão subordinados, contra grupos sociais com aparências físicas subentendidas como diferentes de outros e em benefícios desses outros”.
Confirma-se a existência da matriz de discriminação negra por intermédio do racismo institucional no Brasil com as proibições de trabalhos escravos na confecção de sapatos (1813) e na venda de calçados (1821). Na Província da Bahia o Governo Provincial proibia que escravos trabalhassem como auxiliares ou oficiais artesãos nas ruas (1831).
A matriz da estratégia discriminatória contra negros, promovida e aprimorada pelo Estado Brasileiro, de forma ininterrupta desde o Primeiro Império, passou pelo Segundo Império. Por intermédio de acertos políticos entre adeptos da Monarquia (Conservadores) e Republica (Liberais), continuou após o fim da escravidão, atravessou os reinados de D Pedro I, de D. Pedro II, a República Velha e ainda faz parte da atualidade cultural da sociedade com hegemonias política e econômica decisórias na atual realidade nacional.
Essas estratégias de discriminações institucionais contra negros, promovidas pelo Estado Brasileiro, fizeram parte durante tanto tempo na vida social do País, que acabaram se incorporando de forma automática à cultura impensada ou ignorada com que a sociedade privilegiada por elas tratam os negros, em casos de conflitos reais ou imaginários de seus interesses e frequentemente produzem discursos contraditórios e pretensamente democráticos.
Se o racismo institucional foi historicamente viabilizado pelo Estado brasileiro por longo período histórico, por intermédio de suas instituições em cujas gerências o acesso é feito por meio de processos políticos, somente Movimentos Negros nacionais, representados por lideranças capazes de construírem suas legitimidades políticas terão chances reais de virarem essa página histórica longa e desagradável escrita sobre a vida do negro brasileiro. A organização da união de pelo menos 5% daqueles que se auto definem como negros já formará u’a massa crítica política capaz de impor algum respeito à sociedade brasileira, porque significará cerca de 6 milhões de votos capazes de influir no surgimento de uma reforma político-partidária amplamente necessária e facilitar as negociações políticas paulatinas das nossas lutas negras antirracistas.
Isto exigirá a renúncia de discursos políticos engajados difíceis de serem entendidos e a adoção de discursos formadores de lideranças políticas dispostas a “ouvir”, “respeitar” e “ajudar sinceramente” esses mesmos negros-massa nas suas necessidades auto percebíveis. 
 

Web Tracking
Já visitaram...