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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

“NEGROS E NEGRAS TRAIDORES DA PÁTRIA?”



“NEGROS E NEGRAS TRAIDORES DA PÁTRIA”
(José Teodoro Costa)
Política partidária é a forma que as sociedades civilizadas, em todas as culturas, arranjaram para solucionarem suas disputas de interesses de classes “sem partir para os conflitos belicosos de fato’ ...
A questão é que, por intermédio de artifícios historicamente sempre renovados de formas unilaterais, uma parte, já, privilegiada por heranças de classe nessa mesma sociedade, deixa de preparar a maioria dos seus concidadãos para fiscalizarem diuturnamente as obrigações desse mesmo Estado, para, assim, mais facilmente sequestrar os direitos fundamentais da maioria dos seus demais conterrâneos, com o objetivo de se perpetuarem no controle dessas mesmas instituições e obrigarem aos demais cumprirem somente seus deveres.
Assim, permanentemente, temos uma parte de privilegiados privatizando os lucros produzidos por todos e socializando os prejuízos que suas incompetências em administrarem os bens públicos produzirem.
Este é o caso do Brasil, onde aqueles privilegiados que têm pouco apreço pelos seus demais concidadãos, há mais de quatro séculos, exercitam esses controles institucionais em benefícios próprios e renovados gerações após gerações dentro das mesmas famílias.
Esses privilegiados dão mostras indisfarçáveis de não quererem administrar o Brasil em benefício de todos os brasileiros, resistindo por todas as formas, sejam elas lícitas ou ilícitas, que estiverem aos seus alcances. Para eles, até agora, esse controle, culturalmente, é um jogo no qual somente eles vencem.
A maioria dos brasileiros ainda não conseguiu equilibrar esse jogo do Poder Cultural, do Poder Social, do Poder Econômico e do Poder Político, porque, de fato, as Instituições Educacionais Brasileiras, em quaisquer níveis, nunca quiseram fazer essa preparação.
Dentre aqueles que poderiam ajudar ao povo brasileiro “equilibrar esses jogos”, eles foram ideológica e de formas sorrateira e/ou institucional, nos níveis municipais, estaduais e federal, cooptados, ou, na impossibilidade de serem cooptados, em último caso, têm suas integridades físicas ameaçadas pura e simplesmente.
Ainda que façam cursos superiores e se especializem, educacional, profissional e culturalmente em níveis cada vez mais elevados, esses poucos dos nossos, por inúmeras razões sobre as quais em outra ocasião abordaremos, não colaboram para o aprimoramento constante das instituições sociais e políticas a favor do equilíbrio social, cultural, econômico e político da cidadania no Brasil; neste caso, minha hipótese é que aceitam implicitamente essas situações desfavoráveis, quando fazem leituras equivocadas das experiências institucionalmente socializadoras pelas quais passam...
Pode-se, facilmente, verificar que, dentre os brasileiros, nossos adversários estão em menor número, e, ainda, assim, detêm o controle total das instituições que regulam as vidas de todos nós, e sempre em prejuízo dos interesses da maioria do povo.
Para a sociedade brasileira sair desse impasse temos, então o caminho do aprendizado de como fazer organização social e, dessa, passar para o aprendizado de como fazer política partidária, uma vez que é mais fácil, aprender fazer esse tipo de política a favor do povo brasileiro do que convocar esse mesmo povo para se lançarem numa Guerra Civil de resultados imprevisíveis...
Ainda que o povo brasileiro seja destituído institucionalmente de seus direitos mais básicos e elementares, sendo, porém, unilateralmente obrigado pelos poderes constituídos, a cumprir deveres, sem nenhuma contrapartida em direitos, com força de vontade, muito empenho e determinação de alguns, temos condições concretas de ir corrigindo essas distorções ao longo do tempo, assim como, também, evitar conflitos bélicos com desfechos imprevisíveis, e, ainda, por tabela, como já está acontecendo há muito tempo, numa espécie de “Guerra Civil Não Declarada”, ainda teríamos inúmeros negros e mestiços matando outros negros e mestiços, em nome de uma pseuda unidade da pátria, na qual "negros/mestiços e negras/mestiças rebeldes" seriam chamados, inapropriadamente, e de forma unilateral, como "traidores da pátria" ...

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